HOMILIA DO EXCELENTISSIMO REVERENDISSIMO
DARLLAN VIKTOR D'MEDICI MESSIAS
Querido irmão Atanasio D'Aniello, irmãos e irmãs em Cristo, saudamos com respeito e alegria o Custódio da Terra Santa, irmão Joaquim D'Aniello, que, com sua missão e presença, representa a vitalidade da Igreja em um dos lugares mais sagrados da história da salvação. Que sua caminhada seja sempre abençoada pelo Senhor e que sua intercessão nos acompanhe neste momento tão especial.
Hoje, com grande alegria e gratidão, celebramos a ordenação diaconal de nosso querido irmão Atanasio D'Aniello. Este é um dia especial, não apenas para ele, mas para toda a nossa comunidade monástica e para a Igreja. A ordenação diaconal é um momento de profunda entrega e compromisso, em que o novo diácono se coloca à disposição de Deus e da Igreja para um serviço generoso, fiel e amoroso. É uma vocação para ser, como Cristo, servo do povo de Deus.
No Evangelho de hoje, retirado de João 10, 10-15, Jesus se apresenta como o Bom Pastor, aquele que conhece suas ovelhas, que cuida delas com carinho e dedicação, e que está disposto a dar a sua vida por elas. Jesus nos ensina que a verdadeira missão do pastor é de serviço, não de dominação. O Bom Pastor não busca o poder, mas o bem das suas ovelhas. Ele as conhece e as ama, e por isso está disposto a se entregar por elas, para que todas possam alcançar a vida plena.
O diácono, assim como o Bom Pastor, é chamado a ser um servidor. Ele não é um líder que se destaca pelo prestígio, mas alguém que se coloca humildemente ao lado do rebanho, disposto a cuidar e a guiar, a ouvir e a proteger. O diácono é aquele que serve com amor, que se dedica ao bem-estar dos outros, e que, pela sua vida, revela o cuidado e a misericórdia de Cristo. Sua missão é, acima de tudo, uma entrega de amor ao povo de Deus, uma vida dedicada ao serviço dos outros, especialmente dos mais necessitados.
Ao refletirmos sobre a vida de serviço, gostaria de recordar também o exemplo de Santo Antônio de Pádua, que, como monge franciscano, dedicou sua vida à pregação do Evangelho e ao cuidado dos pobres e aflitos. Santo Antônio, com sua profunda vida de oração e sua generosidade para com os mais necessitados, foi um verdadeiro modelo de diaconato. Ele soube combinar a entrega ao serviço do Reino de Deus com gestos concretos de caridade, cuidando dos pobres, dos doentes e daqueles que estavam afastados de Deus. Sua vida nos ensina que o serviço, para ser verdadeiro, precisa ser pessoal, próximo e acolhedor. Como diácono, você é chamado a viver o serviço de forma generosa e alegre, a levar a Palavra de Deus aos corações aflitos e a cuidar dos necessitados com o mesmo fervor que Santo Antônio demonstrou.
Mas não podemos deixar de lembrar também de São Bento, o Pai Seráfico, fundador da ordem beneditina, que com sua Regra marcou profundamente a vida monástica e, consequentemente, a vida de muitos diáconos. São Bento nos ensinou que o serviço a Deus deve estar sempre equilibrado com a oração e o trabalho, numa vida que é dedicada tanto ao cuidado espiritual quanto ao cuidado material da comunidade. Ele nos deixou como herança a sua famosa Regra, que é um guia para a vida de oração, trabalho, obediência e humildade.
São Bento, com sua vida de simplicidade e fidelidade a Deus, exemplifica o serviço que não busca a exaltação pessoal, mas que se dedica ao bem da comunidade, ao trabalho diário e à oração constante. Sua vida nos ensina que o serviço ao Reino de Deus não é apenas uma atividade ocasional, mas uma vocação que se vive a cada momento, especialmente na rotina do mosteiro e no contato com os outros. O diácono, assim como São Bento, é chamado a ser um pilar de estabilidade e confiança na comunidade, a viver a caridade de maneira discreta e constante, sem esperar recompensas, mas buscando sempre agradar a Deus.
São Bento também nos ensina que o verdadeiro serviço é feito com equilíbrio. A vida monástica e a vida diaconal não devem ser vividas de forma fragmentada ou superficial. Pelo contrário, o serviço exige profundidade, perseverança e consistência. O diácono, assim como São Bento, é chamado a viver em harmonia com os outros, a dedicar-se ao trabalho com dignidade e a orar sem cessar, para que seu serviço seja sempre uma expressão do amor de Cristo.
Querido irmão Atanasio, ao ser ordenado diácono, você assume uma grande responsabilidade, mas também recebe uma graça imensa. Como o Bom Pastor, você é chamado a cuidar do rebanho de Cristo, a orientá-lo com a sabedoria do Evangelho, a escutá-lo com atenção e a servi-lo com dedicação. Como Santo Antônio, você é chamado a ser um instrumento de misericórdia e de consolo, especialmente para os mais necessitados. E como São Bento, você é convidado a viver o serviço de maneira equilibrada, com oração, trabalho e humildade, sempre buscando a glória de Deus e o bem de todos.
Que sua vida, agora como diácono, seja uma verdadeira expressão desse amor e dedicação ao serviço de Deus e do próximo. Que você siga os passos de Cristo, o Bom Pastor, de Santo Antônio e de São Bento, e que, em cada gesto, você reflita a luz e o amor de Deus para todos que encontrarem em você um servo fiel e generoso. Que o Espírito Santo o fortaleça e o guie em sua missão, e que a intercessão de Nossa Senhora, serva fiel de Deus, o acompanhe sempre em sua caminhada.
Amém.